O destempero dos tempos produz um gosto amargo em minha boca.
Meu arroz com feijão tem provocado engasgos.
O grito que trago entalado no peito cresce como massa fermentada.
A sopa de letras mergulhada na tijela dos dias foi abocanhada por sofismadores insensatos para a construção de falácias.
A realidade líquida de nossos dias ganhou o ritmo das tempestades e, como elas, escorre, deixando terra arrasada e revolvendo a argila frágil da consistência humana.
Enquanto a realidade escoar pelo ralo da insensatez talvez nem adiante plantarmos flores! (dibs, 05/setembro/2021).
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